Quando se erguerão as seteiras,
Outra vez, do castelo em ruína?
E haverá gritos e bandeiras
Na fria aragem matutina?
Se ouvirá tocar a rebate,
- Sobre a planície abandonada?
E partiremos ao combate,
De cota, e elmo, e a longa espada?
Quando iremos, tristes e sérios,
Nas prolixas e vãs contendas,
Lançando juras, impropérios,
Pelas divisas e legendas?
E voltaremos, - os antigos,
Os puríssimos lidadores,-
Quantos trabalhos e perigos!
Quase mortos e vencedores?
E quando, ó Doce Infanta Real,
Nos sorrirás do belveder?
Magra figura de vitral
Por quem nós fomos combater.
(Camilo Pessanha)
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