terça-feira, 30 de setembro de 2008

Eu



Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

(Florbela Espanca)

2 comentários:

Ricardo_jp disse...

Lindo poemas,Fátima.
Gostei.

Anônimo disse...

Só demonstra toda sua sensibilidade, Fátima, eestas suas publicacões, suas escolhas para postagem neste blog. É sempre um bálsamo para a alma ler este blog.
Bom final de semana
Roberto

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